Este mês de agosto é dedicado ao grande poeta curitibano Paulo Leminski, que se estivesse ainda entre nós, estaria completando dia 24 de agosto, 67 anos. Morreu muito jovem, com 44 anos, de hepatite etílica, justamente como disse um dia ironicamente, que não queria morrer: " não quero acabar como Fernando Pessoa, com hepatite etílica aos 44 anos".
Leminski tornou-se reconhecido por ter inventado seu proprio jeito para escrever poesias, fazendo trocadilhos ou brincando com ditados populares. Paulo Leminski foi também professor de História e de Redação em cursos pré-vestibulares, além de professor de judô.
Leminski teve poemas e textos publicados em diversas revistas, escreveu letras de músicas com uma grande influência de MPB (Música Popular Brasileira) chegando até a fazer pareceria com Caetano Veloso.
Cronologia de suas obras:1964- Estréia na revista Invenção de São Paulo, SP, dirigida por Décio Pignatari, com cinco poemas.
1975- Publicação de Catatau, seu primeiro romance.
1979- Publicação de 40 Clics, em parceria com o fotógrafo Jack Pires.
1983- Publicação das biografias de Cruz e Souza e Bashô. Publicação de Caprichos e Relaxos, livro de poesias.
1984- Tradução de Pergunte ao Pó, de John Fante. Publicação de Agora É que São Elas, seu segundo romance. Publicação da biografia de Jesus Cristo.
1985- Tradução de Sol e Aço, de Yukio Mishima, O Supermacho, de Alfred Jarry, e Satiricon, de Petrônio. Publicação de Haitropikais, em parceria com Alice Ruiz.
1986- Publicação da biografia de Trotski. Tradução de Malone Morre, de Samuel Beckett. Publicação do livro infanto-juvenil Guerra Dentro da Gente.
1987- Publicação de Distraídos Venceremos. Tradução de Fogo e Água na Terra dos Deuses (poesia egípcia antiga).
1991- Publicação de La Vie en Close.
1992- Publicação de Uma Carta uma Brasa Através/ Cartas a Régis Bonvicino.
1994- Publicação de Metamorfose -- Uma Viagem pelo Imaginário Grego (ensaios).
PAREM - Paulo Leminski
No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
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